A Rota do Românico, que há anos, serve de plataforma de dinamização turística e cultural da região Tâmega e Sousa, tem-se revelado fértil na conquista de prémios internacionais, nacionais e regionais.
Não admira, pois trata-se de um projeto singular que reúne património, memória, História, gastronomia e empreendedorismo, numa região tantas vezes subvalorizada pelos centros de decisão nacionais. Tive a oportunidade de assistir, por dentro, ao nascimento e crescimento da Rota, e de ver o reconhecimento que a mesma alcançou, a partir de 2009, com a avalanche de prémios que granjeou: do Governo Português, do Turismo de Portugal, da CCDR-n, da Editorial Office e do Trade Leaders’ Club (Espanha), etc. etc. Mais tarde, já fora do centro de decisão, continuei a acompanhar os sucessos e reconhecimento do projeto, consubstanciado em novos prémios e na entrada em funcionamento dos seus Centros de Interpretação. Mas se a Rota do Românico tem algo que faz a diferença é a na aproximação que faz às pessoas que vivem e habitam o seu território. Em muitos casos, gente simples que nasceu e cresceu com excecionais monumentos ao lado, mas a quem não havia sido dada a oportunidade de interpretar o simbolismo e a importância que eles revestem, e porque, de repente, tanta gente, das origens mais improváveis, se interessava por eles. O trabalho, feito com os alunos das escolas da região, tem sido fundamental. Mas o envolvimento dos vizinhos que, como cuidadores do património, se integraram na missão da Rota, em regime de voluntariado, é digna de ser referenciada. Recentemente, quer a organização europeia TRANSROMÂNICA, quer a APOM – Associação Portuguesa de Museologia, premiaram o Projeto dos Cuidadores do Património da RR. São cerca de 50, espalhados por toda a região, que, com afeto e paixão, se dedicam a esta nobre missão. Mais do que as pedras encastradas noutros tempos pelos hábeis pedreiros que edificaram belíssimos monumentos, são estes zeladores que, hoje, fazem parte da História que a Rota e a região podem contar. Gente simples, mas que cuida, maravilhada e sentida, de algo que é seu, que é nosso, que é da Humanidade. Pessoas reais que, com a sua ação, ganharam um novo sentido para a vida, compreenderam melhor o sentido e importância do património, e que, com a sua presença, transformam a visita de um turista numa experiência emocionante e singular. Alberto S. Santos Artigo de opinião publicado no IMEDIATO (04/06/2022) Comments are closed.
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Agosto 2024
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