ALBERTO S. SANTOS
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Não querer ser mais um no rebanho

20/1/2022

 
Os últimos anos trouxeram-nos novos hábitos, quanto à ocupação do tempo. As empresas da tecnologia jogaram forte no entretenimento. São os jogos dos smartphones, as séries da Netflix e de outras plataformas de streaming, as redes sociais, as aplicações de comunicação e mesmo a navegação aleatória ou recreativa na internet.
Como isso, julgo que se vão perdendo hábitos de leitura dos livros, sobretudo dos livros físicos. Dos que contam histórias e nos estimulam a mente.
Como se sabe, as referidas tecnologias usam técnicas subversivas de viciação, através de estímulos psicológicos ao consumo rápido, a que nem as séries escapam. Tudo é criteriosamente montado para que o consumidor fique preso a écrans, seja de telemóveis, tablets ou aparelhos de televisão.
A questão que se coloca é, assim, a de saber que tipo de transformações isso pode trazer aos humanos.
Não sou especialista na matéria, mas tenho boas razões para suspeitar que a literatura acrescenta um valor inestimável à condição humana, permitindo aos autores criarem novas atmosferas, novas realidades, que são entretecidas por construções gramaticais que enriquecem a língua, e cujas vozes arquitetam os seus universos narrativos.
Da parte dos leitores, a riqueza da literatura advém da possibilidade de gerar abstração, tempo suficiente para a reflexão, permitindo a formação de um pensamento crítico mais elaborado e fundamental à autodeterminação e à liberdade do ser humano.
A sujeição massiva e aditiva a produtos tecnológicos estandardizados ou sujeitos ao impulso do momento fazem uma sociedade mais padronizada, mais permeável ao consumismo acrítico e mesmo a políticas e políticos demagógicos e populistas.
O problema tende a tornar-se mais agudo nas novas gerações, que já nascem e crescem neste novo paradigma.
É assim importante que os sistemas educativos das democracias promovam a literacia literária, que cada família não a esqueça na formação das suas crianças, e que cada um encontre a dose certa no consumo das várias ofertas de entretenimento. E que rejeite ser apenas mais uma ovelha no rebanho.
Alberto S. Santos
 
Artigo de opinião publicado no IMEDIATO (19/12/2021)

Alegremente mais analfabetos e superficiais

19/6/2021

 
Há dias, cruzei-me com uma entrevista de Nicholas Carr, um dos autores mais críticos sobre o efeito da Internet na nossa mente, que afirmava ao El País que, quando nos ligamos à rede «trocamos profundidade por amplitude, contemplação por estímulo», criando desequilíbrios e vieses nas informações que processamos, com repercussões individuais e coletivas significativas.
 
Ao mesmo tempo, começam a ouvir-se, cada vez mais, as vozes dos chamados renegados de Silicon Valley, como Jaron Larnier – que foi guru da realidade virtual e assessor da Google e Microsoft -, a afirmar que o Facebook foi pensado «para promover o seu conteúdo, conduzir os utilizadores à sua informação e garantir que eles passem o máximo de tempo possível na plataforma. Esse é o seu modelo de negócios: vender a atenção dos utilizadores e os seus dados para empresas de publicidade e de propaganda. O Facebook é uma máquina de manipulação. E o Twitter, WhatsApp, Instagram ou YouTube funcionam com o mesmo princípio».
 
Ou do jovem filósofo Tristan Harris, que assevera que «Eles sequestraram as nossas mentes. As nossas decisões não são livres, são marcadas pelos seus interesses, que não são os nossos. Eles impõem a forma como interagimos, condicionam a nossa capacidade de conversar e colocam em risco a democracia… Quem? Os engenheiros do Google, Facebook e Apple».
 
Ou seja, cada vez mais as redes sociais privilegiam a quantidade e velocidade de «transmissão» em detrimento da qualidade, aproveitando os princípios da eficiência do cérebro. O modo como navegamos na web incentiva o pensamento superficial e não estimula o pensamento conceitual. Promove a emoção instantânea sobre a razão, o pensamento do grupo sobre a reflexão pessoal.
 
Porém, não é disso que o nosso cérebro necessita para transformar em conhecimento, estimulando o pensamento crítico e profundo. O receio de muitos é que a humanidade esteja crescentemente ao serviço dos gigantes da tecnologia, em vez de termos a tecnologia ao serviço da humanidade. O que alimenta notícias falsas, desinformação barata, manipulação subtil e falta de privacidade.
 
E disto urge tomar urgente consciência: os mais jovens, mais vulneráveis, porque ainda não terminaram de desenvolver seu pensamento crítico e as ferramentas lógicas para discernir; e os adultos, para que usem as tecnologias ao serviço da construção do conhecimento e reduzam o risco de manipulação.
 
Antes que seja tarde de mais!
 
 
Alberto S. Santos
 
Artigo de opinião publicado no IMEDIATO (07/06/2021)

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