Estamos à porta do outono. E o outono é o mês da Escritaria, em Penafiel.
Antes de se tornar público aquele será o próximo autor homenageado de 2023, importa deitar ainda um olhar à última edição. Porque uma Escritaria nunca é igual à outra. Independentemente das razões. A do ano de 2022 foi duplamente surpreendente. Primeiro, a surpresa de perdermos a autora, nas vésperas da homenagem. Depois, a surpresa de que afinal ela esteve lá. E que a sua alma criativa transbordou naqueles idos de outubro. E nos tocou, enterneceu e estremeceu. Foi uma festa certamente diferente, mas que a memória não deixa apagar. Entre a efemeridade de abraços, palavras, sorrisos, acordes musicais, gaifonas teatrais ou fotogramas cinematográficos, permaneceram as emoções vívidas nos corações dos que viveram aqueles dias. Sempre iluminadas pela estrela tutelar que brilhava no luar do firmamento, a nossa querida Ana Luísa Amaral. Essa estrela que nos derramou as vozes nascidas do seu lume, a sua inspiração, tão fértil imaginação, e que para a eternidade soltou sobre o tempo. Tanto que a cidade ficou lapidada com a frase que nos alumiou e fechou o seu Escuro: Mas sempre deste tempo é o lume que as prende, a estas vozes, e ao prendê-las as solta sobre o tempo. E assim se alçou mais um pedaço da História que se acrescenta em cada outono, em Penafiel. Ana Luísa Amaral foi, mas esteve presente. Esteve presente, e ficou para sempre. Essa perduração é agora talvez o seu mais belo poema. Um poema que pode agora ser lido nesta sua e nossa terra, Penafiel. Alberto S. Santos Artigo de opinião publicado no IMEDIATO (24/09/2023) |
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Agosto 2024
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